Mudança
Outono deve iniciar com temperaturas altas e baixa precipitação
Estação começa hoje, às 18h25min, com perspectivas de que chuvas ainda sejam irregulares
Jô Folha - DP - Cenário deve mudar a partir do final do mês de abril
Se a clássica música dos anos 1990 diz que o outono é sempre igual, neste ano a coisa tende a ser um pouquinho diferente. No final, as folhas vão cair. Mas para quem esperava que o verão escaldante fosse embora de vez hoje, o início da nova estação vai ser uma espécie de sequência do verão, pelo menos até o início de maio, segundo meteorologistas. A expectativa é que a quantidade de chuvas siga baixa nas próximas semanas, enquanto as temperaturas irão amenizar mais para o final da estação, que inicia hoje, às 18h25min.
Ainda sob influência do fenômeno La Niña, que causou o quadro de estiagem e de chuvas mal distribuídas no verão, o déficit hídrico não deve ser resolvido. Segundo o meteorologista Allef Matos, da Barra Meteorologia, o próximo trimestre tem tendência de manter chuva mal distribuída e temperaturas acima da média. “Podemos até ter uma entrada de ar mais frio do outono, mas a tendência ainda é que os dias, de maneira geral, permaneçam com temperatura acima da média e mais secos”, explica.
A recuperação inicia em maio, quando há tendência de maior precipitação, podendo ser até ligeiramente acima da média em alguns pontos. Para Matos, o final do outono já deve ter uma recuperação efetiva do índice hídrico, com mais cara de inverno no mês de junho. “Vamos ter um outono que vai começando seco e vai terminar com chuvas se normalizando no Estado”, explica. As temperaturas, no entanto, não tendem a ser tão invernais, apesar de alguns momentos de entradas de ar frio causarem uma queda nos termômetros, mas nada muito permanente. “Não vai fazer tanto frio como é o normal”, analisa.
No campo
Segundo a professora Eliana Klering, da Faculdade de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), os modelos ainda não estão totalmente consolidados, mas os indicativos apontam a má distribuição das chuvas. “Muito provavelmente, abaixo da média histórica”, diz. Em maio e junho, a tendência é que chegue próximo à média, mas de forma ainda insuficiente para recuperar a umidade do solo, que está muito seco. “Ainda vai ser bem difícil recuperar a umidade do solo e o armazenamento de água em açudes e barragens”, explica.
Em termos de temperaturas, a professora acredita que ficarão dentro dos padrões do outono.
Com o fim do La Niña, com as temperaturas das águas do Oceano Pacífico equatorial, a atmosfera ainda demora a responder. “A gente deve ter um retorno de normalidade para o inverno”, analisa. Alguns modelos preveem a possibilidade de ocorrência do fenômeno El Niño, com cenário diferente na próxima temporada, mas ainda não é algo consolidado.
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